Capítulo 2: Adelgaard, da Hallowguard "Parte 6"

Com as tarefas administrativas concluídas, o grupo se reuniu com Lügner, que compartilhou com eles o que sabiam sobre os bandidos e seu esconderijo. Não era muito, na verdade, mas o suficiente para começar. Além da disposição do local e um mapa para chegar lá sem serem notados, ele tinha informações como o número deles, quem eram os membros e o tipo de atitude a esperar deles, considerando os crimes que eram suspeitos de terem cometido.

Em geral, Garthas considerou um trabalho bastante simples, mas ele ainda estava apreensivo por Khaen, já que esta seria sua primeira missão real. Tudo o que haviam feito no passado era ou invadir uma ruína desocupada ou escapar de uma ou duas cidades. Desta vez, as coisas seriam diferentes; eram eles que iriam atacar.

Havia também Lorna, de quem ele não sabia como reagiria em caso de batalha. Não houve muita oportunidade de vê-la em ação antes, e ele não conseguia avaliar suas habilidades ainda. Ele teria que ficar de olho neles, nos dois.

Lorna estava um pouco nervosa. O fato de Lügner ter dito que esses bandidos eram principalmente ladrões de estrada, e não assassinos, a deixou um pouco mais à vontade, mas ainda assim, eles ainda iriam revidar. Ela se perguntava se tinha o que era necessário para essa vida de aventura. Por algum motivo, as palavras de Lady Rocheveron vieram à mente dela: “Você não precisa saber de tudo desde o início. Mas você tem que começar em algum lugar. E se você tiver a vontade de ir além, então vá além.” Ela começaria por aí, sim.

O mais animado de todos era definitivamente Khaen. O garoto mal podia esperar até chegarem lá para se infiltrar em um esconderijo, eliminar alguns bandidos, recuperar o Artefato roubado e salvar o dia! Visto dessa perspectiva, pode até parecer um pouco demais para eles, para sua primeira missão. Mas isso foi apenas um pensamento passageiro. Ele estava ansioso para começar e testar tudo o que havia aprendido com Garthas, e provar que ele não era mais uma criança e que podia cuidar de si mesmo. Ele só esperava que fosse verdade. Mas era, não era? Quer dizer… ele aguentaria. Com certeza.

E com todas as informações em mãos, o próximo passo era se preparar e elaborar um plano. Isso era algo que Garthas teve que trazer para o grupo. Os mais jovens estavam prontos para seguir em frente, despreparados. Então, depois de se arrumarem e organizarem seu inventário, o Templário pediu que eles se sentassem, para que pudessem discutir a missão e qual seria o papel de cada um quando ela começasse.

De acordo com as informações de Lügner, durante o dia, há apenas alguns deles no esconderijo, já que a maioria do grupo está saqueando e roubando. Isso é bom para nós. Podemos nos infiltrar, eliminá-los enquanto eles não têm consciência de nós e garantir o local para a Guarda chegar.

Garthas

Não seria melhor esperar que eles voltem e, quando estiverem mais vulneráveis, tipo bêbados ou dormindo, fazer um ataque frontal completo? Tipo, para eliminá-los todos de uma vez, sem chance de reforços.

Lorna

Lorna perguntou a Garthas, e ele ficou um pouco surpreso em ela estar falando sério.

Seria uma boa opção se tivéssemos uma força maior em números, um pequeno exército. Além disso, não é nossa missão eliminá-los todos. Nossa missão é garantir a carga roubada e recuperar a peça do Escudo. Não precisamos de um combate completo para isso.

Garthas

Ela deu de ombros, e não estava claro se ela entendeu ou concordou com Garthas, mas pelo menos ela não estava disposta a discutir.

Mas e se formos pegos enquanto nos infiltramos? Teremos que lutar contra eles, não é?

Khaen

Khaen perguntou, ingenuamente. Garthas respondeu, já tendo imaginado esse cenário em sua mente.

Sim, teremos. E provavelmente vamos. Eu não acredito que esta missão vai correr tão bem quanto eu gostaria. Teremos que lutar, eventualmente. E teremos que derrubar alguns deles. Só precisamos escolher as batalhas certas e atacar precisamente onde eles serão mais afetados.

Garthas

A virilha deles.

Lorna

Lorna disse, firme. E completou, assim que viu os olhares confusos deles para ela.

Aí é onde dói mais, a virilha. Os olhos também, mas é muito mais difícil de acertar. Talvez a garganta…

Lorna

Não, eu quis dizer estrategicamente. Em vez de gastar energia lutando contra dezenas de bandidos de menor importância, atacamos diretamente o líder deles. Isso diminuirá a moral e fará com que alguns deles fujam.

Garthas

A explicação de Garthas fez sentido para Lorna, algo que Khaen já havia aprendido também, então ele completou.

Em vez de desperdiçar tempo lutando contra um inimigo completamente blindado, vá direto para as linhas de trás para pegar os arqueiros e conjuradores de feitiços, certo!?

Garthas

O Draconiano assentiu, orgulhoso de ver que seu pupilo estava realmente ouvindo seus ensinamentos e que havia aprendido algo que seria útil um dia. E esse dia era hoje.

Bem, vou dar o meu melhor, mas não posso prometer nada. Não estou acostumada com isso, e toda vez que tive que fazer algo assim, estava sozinha, e lutei ou fugi.

Lorna

Levando sua mão ao ombro de Lorna, Garthas falou com uma voz suave, diferente da habitual, mas que Khaen já tinha ouvido algumas vezes no passado.

Não se preocupe, Lorna. Você não estará sozinha desta vez. Estaremos aqui para ajudar e proteger você.

Garthas

E você, para nos proteger. Somos uma equipe agora, Srta. Lorna. E estamos todos juntos nisso.

Khaen

Khaen se juntou, colocando sua a mão no outro ombro. Lorna pensou por um segundo, ainda com uma expressão séria no rosto, mas conseguiu soltar um pequeno sorriso.

Me chama só de Lorna, saco.

Lorna